Sobre

Uma Breve História de Nosso Yellow Deli

 

Somos tão gratos que podemos abrir para vocês, o povo de Londrina, as portas de nosso Yellow Deli. Para todos aqueles que encontram seu caminho para esse restaurante “fora do caminho”. Estamos aqui para servir a todos, queremos que vocês conheçam um pouco da nossa história, quem nós somos e como chegamos até aqui…

 

Flashback

Muitos de vocês, que são de Londrina, nos conhecem através do restaurante que abrimos na Rua Senador Souza Naves, chamado de “Segunda Eva”, em 1992. Naquele tempo tínhamos acabado de nos mudar do nordeste do Brasil para Londrina, em busca de um lugar onde poderíamos viver e ter uma vida saudável juntos, encontrar bons vizinhos e sustentar-nos em terras onde havia solo rico e água em abundância.

Apesar de o restaurante Segunda Eva prosperar, era um lugar alugado, e por várias razões, tivemos que fechá-lo. Nos mudamos para outros lugares e encontramos outras ocupações por um tempo, tendo sempre conosco um desejo e uma busca por um lugar que seria “nosso” lugar. Foi durante estes anos que começamos a comercializar mate em Curitiba. Também estabelecemos uma fábrica de velas artesanais, mas nunca nos esquecemos de Londrina. Em 1999 enviamos dois homens a caminhar por todos os lados de Londrina, a busca de um lar, uma propriedade que poderíamos comprar e construir. Depois de uma semana andando pelas ruas e estradas, conhecendo pessoas, perguntando e buscando em diferentes lugares, voltaram para casa nos contando que encontraram um sítio para nós. Foi este sítio, que agora chamamos de “Sítio Vale dos Altos”.

Para encurtar um pouco esta longa história, alguns poucos de nós nos mudamos para este lugar e começamos o trabalho de estabelecer aqui nossa vida juntos, já que temos todas as coisas em comum (Bíblia: Atos 2:44 e 4:32). Tínhamos que construir casas, cultivar os campos, e muito mais… Nosso crescimento foi orgânico, e não instantâneo. Nos encontramos bastante longe da cidade e de muitas maneiras parecia ser distante demais. Queríamos compartilhar nossa vida com outros, não queríamos ser um povo isolado. Pelo contrário, queremos ser bons vizinhos.

Com esta visão em nossos corações, queríamos fazer “algo” para deixar as pessoas saberem que nós não éramos um grupo “fechado” de pessoas antissociais. Apesar do fato de ainda não sermos prósperos economicamente e que não podíamos comprar um outro terreno para abrir um restaurante, nos demos conta que na esquina de cima do nosso sítio havia um cruzamento de estradas onde passavam muitos carros todos os dias. Será que poderíamos fazer alguma coisa ali mesmo? Será que daria para ter um lugarzinho na entrada de nosso sítio, onde as pessoas poderiam saber que elas são bem-vindas?

 

O Carrinho

Era necessário utilizar dos recursos que tínhamos, pegamos nosso carrinho (parecido com um carrinho de lanches), que muitas vezes usamos em feiras para vender nossas velas ou pães, e decidimos colocá-lo debaixo da mangueira ao lado da estrada aos domingos, o dia em que passavam muitos carros e bicicletas. Uma de nossas irmãs e seus filhos fizeram uma pequena placa que dizia, “Mate a sua sede”. Fizemos chá mate delicioso, bem gelado (o mesmo tipo que nós mesmos gostamos de tomar) e junto colocamos nosso pão fresco e cookies para vender. Pelo menos serviria para começar uma conversa. Nos dias quentes e ensolarados, algo gelado para beber é muito convidativo. E todos nós também temos uma sede mais profunda pelas respostas para “a vida” (João 4:10-14). Poderíamos falar sobre isso também.

 

O Quiosque

No começo, não paravam muitas pessoas, já que o carrinho de vendas não era algo que se destacava muito. Mas alguns vizinhos pararam e começaram a nos conhecer melhor. Alguns de nós assumimos e expandimos a visão de ter um pequeno lugar para conhecer e servir nossos vizinhos, e logo construímos um pequeno quiosque – um estande construído de madeira rústica um tanto maior que o carrinho original, e poderíamos fechar à noite. Assim estaria aberto a semana inteira. Mais produtos foram adicionados no “cardápio”, à medida que nossa visão crescia e nossos recursos permitiram, adicionamos uma pequena cozinha, um puxadinho com uma mesinha e com uns bancos, etc. Isso cresceu ao longo dos anos, e se tornou o quiosque “Chão Comum” que muitos de vocês chegaram a conhecer. Alguns de vocês vão lembrar que conheceram pessoas aqui como Sha’an e as filhas, Zoreah e Sekel, Kepha e Prisca, Asahel, Shebet, Hassidah e Benyah. Todos eles ainda estão conosco, mas estão servindo em outros lugares agora mesmo. Também estivemos em Mauá da Serra por nove anos, tocando um restaurante com o mesmo nome, o Chão Comum, mas agora não estamos mais lá. Esporadicamente nosso cardápio muda, de acordo com nossos gerentes ou nossas ideias. Até mesmo, nossos vizinhos e amigos nos ajudaram com algumas das deliciosas bebidas que ainda servimos. Nossa bebida “Bikers” foi criada (a partir de pedidos de nossos amigos ciclistas) para dar energia para aqueles que saíam pedalando em nossa direção em suas bicicletas.

 

A receita certa do Yellow Deli

Daí começamos a falar sobre ter a receita certa! Queríamos encontrar a “receita certa” para nosso restaurante, para que o resultado fosse constante e agradável, não inconstante e variável. Nossos irmãos e irmãs em outros países, no começo dos anos 70, tinham encontrado “a receita” para um pequeno deli (um restaurante que serve sanduíches com carnes e queijos) que todos amaram. Era chamado de Yellow Deli. Será que os brasileiros também gostariam de um desses? Não tínhamos certeza, mas acreditamos que esta “receita” era algo que atravessa barreiras culturais. Realmente não era uma coisa “americana”, já que os pães que aprendemos a fazer foram criados por um fascinante padeiro idoso da Polônia (que falava inglês com um forte sotaque), Sr. Green. Antes de falecer ele nos ensinou como fazer seus pães deliciosos, com sua receita especial. Assim, acreditamos que o que nós servimos é algo que os europeus, sul-americanos, japoneses, australianos e, enfim, todos vão apreciar e gostar! Tentamos fazer algo para todos os diferentes paladares e necessidades. Assim como alguém nos disse, “Existem algumas receitas que você simplesmente não muda, nem para fazê-las melhores”.

Todo esse tempo, tivemos um grande desejo de ter um espírito hospitaleiro, mas a poeira da estrada de terra muitas vezes levanta nuvens de pó com os carros que passam, arruinando nossa hospitalidade. Em dias de chuva, especialmente dias com ventos fortes e tempestades, nossa hospitalidade, com certeza, não alcançava o que desejávamos. Rios de enxurrada corriam justamente no meio de tudo, um verdadeiro lamaçal! Ver pessoas passando pela lama, entrando para comprar um pão integral fresco depois de viajar tão longe para chegar até aqui nos envergonhou. Saber que as pessoas tinham medo de ficar à noite depois de escurecer, nos fez querer ser capaz de oferecer algo melhor e mais seguro.

 

Males que vêm para o bem

Anos mais tarde, uma tempestade muito forte levou o telhado! Ao subir para repor e arrumar as telhas que ficaram, vimos que as vigas de madeira de sustentação do telhado tinham sido comidas por cupim. Quanto mais inspecionávamos as vigas, mais chegávamos à conclusão de que teríamos que desmontar completamente a pequena cabana. Era tão pitoresco, mas não era seguro e não tinha fundação nenhuma, porque tinha sido construído sem verdadeiro planejamento. A princípio pensávamos que poderíamos fazer algo rápido e reabrir imediatamente, mas, no fundo, sabíamos que queríamos fazer algo mais duradouro. Nosso Mestre Yahshua (o homem hoje chamado Jesus) falou sobre construir numa fundação firme, pois dias difíceis e tempestades viriam (Lucas 6)! Vamos então começar tudo de novo e construir numa boa fundação, de acordo com o padrão e a receita! Uma fundação então foi lançada, e com a ajuda de nossos irmãos e irmãs de Campo Largo, Argentina, Espanha, e dos Estados Unidos, reconstruímos este pequeno edifício. Tem sido um labor de amor: tijolo por tijolo, cada pedaço de madeira trabalhado, os corrimãos de ferro feitos aqui, as pinturas nas paredes, tudo feito por nossos irmãos e irmãs.

 

O Engenheiro

Não que exista um plano específico ou uma receita que seguimos para construir todos os nossos Delis em diferentes países, pois cada um é único. Mas em cada lugar seguimos o mesmo “Engenheiro de Construção”, ou seja, Aquele que deu a Noé os planos para construir uma arca nos os dias em que “todos os pensamentos do homem eram continuamente voltados a fazer o mal” (Gênesis 6:5). Ele é aquele que quis salvar tudo que restava de bondade, da imagem dEle, em seres humanos. Existe algo que comunica o coração do Criador em favor dos seres humanos por meio da criação dEle. Ele colocou dons em cada ser humano e nós dependemos destes dons para nos guiar, em conselho. Muito da beleza do Deli são as madeiras que usamos em sua construção. Foram expostas, por anos, às intempéries da natureza, às tempestades da vida. Nenhuma tábua ou madeira é muito velha, nem corroída ou descorada demais para ser usada no Deli. Juntos, as velhas tábuas e vigas expressam o calor que provém da simplicidade: velhas madeiras de celeiros antigos, pranchas de madeira serradas de nossos próprios eucaliptos, retalhos de couro costurados para cobrir os assentos, junto com macramês entrançados em desenhos complexos e cortinas amarelas costuradas pelas mulheres da nossa comunidade! Não descreveremos todos os detalhes, pois vocês podem vê-los por si mesmos. Mas os detalhes são importantes para nós, pois são eles que fazem a diferença.

Então, alguns dos nomes das comidas se encontram em inglês, mas isso não significa que são comidas americanas, estão em inglês porque é a língua que nos une como parte de uma nação de doze tribos, e isso favorece nossa unificação.

 

Bem-vinda Londrina!

Queremos honrar a cidade de Londrina e o povo trabalhador que sofreu dias de perda pela objeção da próspera indústria de café e ainda permaneceu para fazer esta cidade prosperar novamente. Deus não esquece dos trabalhadores simples e dedicados que trabalham duro pelo suor de suas testas para sustentar suas famílias. E Ele não esqueceu de todos nossos amigos fiéis da Segunda Eva que esperaram tanto tempo para reabrirmos um lugar para eles. Queremos que vocês todos se sintam bem-vindos aqui no Yellow Deli também.

Por isso desfrutem de seu tempo conosco. Vocês são bem-vindos a simplesmente apreciar nossa comida, ou perguntar sobre nossa vida, se surgir alguma curiosidade. Estamos aqui COM VOCÊS. Somos feitos da mesma “substância” que vocês, e sofremos as mesmas intempéries da vida. Se nosso Deli estiver fechado, lembrem-se de que nossos corações estão abertos. Nossa casa está sempre aberta.

 

Saiba mais…

 

Clique aqui e conheça o site do povo do Yellow Deli.    https://www.dozetribos.com.br